O projeto de reconstrução da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) foi desenvolvido para manter a harmonia com a área tombada de Brasília e atender às exigências do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As adaptações técnicas feitas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) permitiram que a obra avançasse, conciliando preservação do patrimônio com melhorias para pedestres, ciclistas e usuários do transporte público.
Com investimento de R$ 160 milhões, a intervenção está sob responsabilidade da Secretaria de Obras e Infraestrutura (SODF) e segue o conceito urbanístico da “escala bucólica”, idealizado por Lúcio Costa. Essa diretriz limita a altura das construções em áreas protegidas, priorizando o equilíbrio entre urbanização e áreas verdes. Por isso, a proposta prevê a construção de uma rotatória entre o Sudoeste e a Octogonal, além de duas passagens subterrâneas que ligarão o Parque da Cidade ao Sudoeste.
Rotatória e passagens subterrâneas
A rotatória substitui a ideia inicial de um viaduto, evitando a segregação urbana e garantindo travessias simples e seguras para pedestres. Já as passagens subterrâneas, localizadas no Trecho 4, foram planejadas com acessibilidade, visibilidade ampla, iluminação natural e até espaços para pequenos comércios, características que diferem das tradicionais passagens do Plano Piloto.
Segundo a SODF, o desenho do projeto foi construído com estudos detalhados de tráfego e simulações 3D, o que possibilitou avaliar impactos, reduzir riscos de congestionamentos e ajustar soluções de mobilidade.
Benefícios esperados
A reconstrução da Epig está dividida em seis frentes de trabalho e vai transformar a via em um corredor moderno, com pistas exclusivas para ônibus e veículos de passeio. A expectativa é reduzir em cerca de 25 minutos o tempo de viagem para quem utiliza transporte coletivo, beneficiando aproximadamente 30 mil motoristas e passageiros diariamente.
Para os trabalhadores que precisam se deslocar para o Sudoeste e regiões próximas, o ganho será significativo. Moradores relatam que, apesar dos transtornos temporários causados pela obra, a expectativa é de mais agilidade, qualidade de vida e conforto nos deslocamentos após a conclusão.

