O Festival Consciência Negra 2025 chegou ao fim neste sábado (22) com uma celebração marcada por música, cultura e reconhecimento da ancestralidade. Somente no último dia, cerca de 30 mil pessoas passaram pela área externa do Museu Nacional da República, consolidando esta edição como uma das maiores já realizadas. Ao longo dos três dias de programação, o evento ultrapassou a marca de 100 mil visitantes.
Promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec-DF), em parceria com o Instituto Janelas da Arte e com apoio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), o festival reuniu uma programação diversa e gratuita, que incluiu shows, debates, oficinas, desfiles, vivências culturais, feira afro e atividades para crianças.
Celebração da cultura negra no coração de Brasília
Para o secretário de Cultura, Claudio Abrantes, a edição deste ano demonstra a força da cultura afro-brasileira no Distrito Federal.
Segundo ele, ver milhares de pessoas ocupando os espaços públicos, participando das atividades e valorizando a ancestralidade negra reforça a importância das políticas culturais voltadas para inclusão e diversidade.
Programações que movimentaram o público
Desde o início das atividades, a exposição Retratos recebeu visitantes de forma constante. As crianças também marcaram presença no Espaço Kids, que contou com contação de histórias e uma oficina de instrumentos de percussão — uma das ações mais procuradas.
A economia criativa também teve destaque com a Feira Kitanda, que reuniu empreendedores negros do DF, além do espaço gastronômico Sabores do Quilombo, que acompanhou o público até o encerramento do evento.
Conversas, reflexões e homenagens
A Tenda Muntu recebeu importantes encontros, como a roda de conversa “Ofó Mulher – O poder da palavra feminina”, com a participação de Cristiane Sobral, Nanda Fer Pimenta e Dandara Suburbana.
Outro momento marcante foi o painel “História da Consciência Negra e Desafios Contemporâneos”, com professores e pensadores que discutiram caminhos e lutas atuais do movimento negro. A noite também foi marcada pela homenagem à pioneira Dona Lydia Garcia, referência na música do DF e figura histórica do movimento negro. Ovacionada pelo público, ela recebeu uma coroa simbólica e emocionou ao relembrar sua trajetória desde sua chegada a Brasília, em 1959.
Moda, identidade e ancestralidade
Um dos pontos altos do evento foi o desfile Amarrações, do artista e estilista Victor Hugo Soulivier. Reconhecido internacionalmente pelo trabalho com upcycling e arte têxtil, Soulivier apresentou uma coleção repleta de símbolos da ancestralidade e da estética afro-brasileira, transformando a rampa do museu em uma passarela a céu aberto.
Música para todos os gostos
Os palcos espalhados pelo festival garantiram ritmos e estilos variados. No Palco Brasilidades, artistas do DF animaram o público com apresentações que valorizam a música preta brasiliense. Entre os destaques da noite estavam Pratanes, Trem das Cores e Thiago Kallazans.
Na Arena Dona Lydia, Carol Nogueira abriu os trabalhos, seguida pela força de Dhi Ribeiro e pelo samba elegante de Marcelo Café. O grupo Benzadeus manteve a energia do público antes da entrada de Carlinhos Brown, uma das atrações mais aguardadas da noite. Mesmo com chuva, o público permaneceu até o fim, cantando sucessos como A Namorada, Água Mineral e hits dos Tribalistas.
Já na madrugada, o grupo Psirico encerrou o festival com músicas como Lepo Lepo e Mulher Brasileira, finalizando o evento com a vibração lá no alto.
Cultura, identidade e fortalecimento da comunidade
Com uma programação intensa e totalmente gratuita, o Festival Consciência Negra 2025 reforçou o compromisso de valorizar a cultura afro-brasileira e fortalecer políticas públicas que celebram identidade, memória e protagonismo negro.
Conteúdos adicionais e registros fotográficos estão disponíveis no Instagram oficial do evento: @consciencianegradf.

