Mais de 1.600 propriedades rurais já fazem parte do Guardião Rural, iniciativa da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF). O projeto cobre atualmente 21 regiões administrativas, abrangendo 67,5% do território distrital e praticamente toda a divisa do DF (98%), e é reconhecido nacionalmente como modelo eficaz de segurança comunitária rural.
O programa atua com três companhias operacionais distribuídas estrategicamente: a primeira cobre áreas como Ceilândia, Brazlândia e Samambaia; a segunda abrange Planaltina, Sobradinho, Paranoá, PAD-DF e Fercal; e a terceira é responsável por regiões ao sul, como Gama, Santa Maria, São Sebastião, Jardim Botânico e Recanto das Emas.
Tecnologia e proximidade com o campo
Desde sua criação em 2018, o Guardião Rural tem ampliado seu alcance e eficácia. A presença de placas identificadoras nas propriedades participantes funciona como um fator preventivo, ajudando a evitar crimes como furto de gado, invasões e roubo de cabos. Além disso, a tecnologia é uma aliada fundamental: as propriedades são georreferenciadas, o que agiliza o atendimento em situações de emergência — superando as dificuldades típicas de localização nas zonas rurais.
Cadastro completo e critérios de segurança
O processo de adesão exige que o imóvel esteja em área rural, possua no mínimo dois hectares e apresente a documentação regularizada. Também são avaliados aspectos como cercas em bom estado, controle de acesso, iluminação e, se possível, monitoramento por câmeras. Após a análise técnica e uma visita da equipe, a propriedade é incluída nas rotas de patrulhamento da PM.
Durante o cadastramento, são levantadas informações sobre veículos, animais, trabalhadores e equipamentos. Todos os envolvidos têm seus antecedentes verificados — uma medida que já resultou no cumprimento de 42 mandados de prisão somente em 2024, sendo 15 dentro de áreas cadastradas.
Comunicação direta com os produtores
O Guardião Rural estabelece comunicação constante com os moradores por telefone, grupos de WhatsApp e rádio. Essas redes são essenciais para alertas sobre veículos suspeitos, movimentações estranhas e crimes em andamento. Para muitos produtores, esse canal direto traz segurança e praticidade, como relata Marcos Boechat, morador da região sul do DF:
“O cadastro foi simples, e hoje temos contato direto com a PM. Já conseguimos identificar veículos roubados e evitamos problemas sérios.”
Além do patrulhamento ostensivo, há visitas comunitárias, nas quais os policiais conversam com os moradores e recolhem informações que podem auxiliar nas ações de inteligência da corporação.

